Cajuína

uns tomam éter, outros cocaína

estive tomando saudade

hoje quero Cajuína por curiosidade

deixo a cerveja de lado

e me embriago com a zuada

e a revoada de gente que sente,

tanto, que as quero por perto,

ainda que por pouco encontro,

ou sazonalidade

acho graça de tanto novidade

sinto alegria dos motores prósperos

da dúvida ou ida a Brasília

ou da carência arredia,

que com prontidão se indigna,

não ser pedaço de carne

há naturalidade

sensação de que o tempo é nosso

que a tarde transcorre leve

entre piadas com sotaques arrastados,

canecas nerd's, refeições veganas

e quero-queros endiabrados

e o poeta quando solicitado emudece

também por falta de criatividade

mas por saber que a poesia está

no momento presente

entre gente agradável e decente

que compartilha felicidade