Tenho o mau costume
De expor as vísceras na porta de entrada
E oferecer para degustação
E como opção
Disponho especiarias
Que disfarçam o gosto
Mas recomendo o consumo cru
Logo, deixarás de espanto
Irá se habituar ao paladar
E às possibilidades de sabor
Notará texturas
Que ainda que conheça
Não havia, tenho certeza
experimentado como cá
Só peço que ao sair
Deixe um de seus pedaços
Para que eu garanta subsistência
Pois de tanto me esfacelar
De tanto me subdividir
De tanto recriar meu mundo
E torna-lo palatável
Ou indigesto
Estou faminto