Amizade não se escolhe...

"Como aqui não posso colocar foto para que se identifique quem originou este escrito, informo que foi um gato que da rua vizinha apareceu em minha casa e por um tempo se fez hospede, isto é um fato real..."

Amizade não se escolhe...

Celso Gabriel de Toledo e Silva – CeGaToSi®

Poeta de Luz® - Arquiteto de Almas®

Poeta dos Sentimentos®

Concebida em: 21/março/2012 – 20h: 23min

Da rua vizinha ele veio, ressabiado de começo,

Olhava e olhava, havia o querer se aproximar,

Ainda apenas havia longo seria este tempo,

Proximidade e carícias, observações e sondagens;

De repente uma atitude, em silêncio a casa adentrou;

Passeou por cada cômodo, reconheceu o ambiente,

Instalou-se onde quis primeiro na cadeira da cozinha,

Dias depois próximo a mim, nascia uma nova amizade;

Homem e animal em cumplicidade e harmonia,

Até entre cão e gato era paz, juntos viviam a deitar,

Respeito se fazia o lema, ganhou seu espaço e cesto,

Cada qual escolhera seu lugar na casa a seu modo;

Meu cão próximo aos meus pés, como sempre fazia,

Este novo amigo escolheu ficar entre meus escritos,

Éramos companheiros quase frequentes neste vivenciar,

Mas da vida nada conhecemos, e eu me perguntava;

Raro era o seu dormir no conforto, o que faria então,

Vinha mesmo se fixar no dia, pela água e alimento,

Pela dose necessária de aconchego e permissões mútuas,

Da noite sua vida nada eu sabia, ia e vinha e se seguia,

Contava mesmo para nós o tempo que nós tínhamos,

A convivência, os afetos já compartilhados e verdadeiros,

Um amor sem palavras, feito de gestos reais,

Havia saudade, mas não solidão, um mundo simples e feliz;

Como tudo tem seu destino, disto nós não fomos poupados,

Do jeito que viera deixou de estar, ausente mais se fazia,

Restou-me a preocupação, a dúvida, inúmeros porquês,

Desaparecera sem avisar, sem um simbólico adeus;

Antes do fim desta amizade, de repente ele retornou,

Já tão diferente, quase um estranho, nem o reconhecia,

Creio que demorei a compreender, foi difícil entender,

Muitas vezes os olhos se enganam que dirá o coração;

Quando pude perceber já se fazia tarde o ajudar;

Sua última chegada foi conturbada e estranha,

Começava agora ter a compreensão e busquei ajudar...

Parecia que ambos já percebíamos que era final;

Seria de fato o último contato real entre nós,

Saiu em disparada, atropelado, não mais voltou,

Quanto quis saber algo, mas sequer sabia de onde viera,

Apenas da rua vizinha, era o que via, assim imaginava;

Numa dessas manhãs que ainda o chamava em vão,

Mesmo assim ofertava seu leite, a mesma rotina,

Soube por outros lábios a resposta que mais temia,

Fora encontrado logo cedinho, solitário e já sem vida;

Restaram lembranças, fatos, ainda algumas dores,

Poucas fotos, mas de valor inestimável, prova cabal,

Da presença e veracidade das palavras, das emoções,

Da tristeza que por vez me acomete e lágrimas rolam de minha face.

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Muito obrigado...

CeGaToSí
Enviado por CeGaToSí em 23/03/2012
Reeditado em 04/04/2013
Código do texto: T3571788
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