AS PRIMÍCIAS DA AMIZADE
Sê o primeiro, a estender tua mão,
a quem por ti passa desmedido,
fala-lhe com a voz do teu coração,
só assim serás por ele reconhecido.
O teu gentil gesto, assim oferecido,
terá do outro a mais devida recepção,
se assim não for, não te sintas ofendido,
releva e presta-lhe grata educação.
Se estás feliz, mostra-o aos demais,
compartindo a tua graça e atenção,
e sê para todos, homens e animais,
a mais perfeita compreensão.
Em cada homem um terno amigo,
que tu vais sugerir tua presença,
que da humildade que está contigo,
sairá a maior e mais pura sentença.
A de que deves conviver em harmonia,
com simplicidade e cumplicidade,
fazendo dos outros o sol do teu dia,
tendo na boca a mais rígida verdade.
Traz nos teus olhos a lucidez da luz,
para saberes distinguir o bem do mal,
sê só aquilo que ao mundo reluz,
para que te reconheçam como tal.
Saibas diferenciar as más influências,
que por onde quer que olhemos existe,
e que caiba em ti a douta complacência,
dos maus frutos, generoso, persiste.
Não te omitas nunca perante ninguém,
nem a falar digas meias verdades,
que para seres nesta vida alguém,
os outros não te achem atitudes cobardes.
E assim, nas pregas, desta vida,
para as pessoas vais ser quem tu és,
sem falsos jardins nem intriga,
que possam mais tarde sofrer revés.
Jorge Humberto
03/07/11