AMIGOS DO CORAÇÃO

Nos meus dias escuros,

onde imaginário erro,

e tudo o que digo é irreal,

dou por mim, ilusório,

a espreitar o sol à janela.

Mas não há sol à janela,

o que há é uma vontade

de tê-lo, para o sonhar,

nas árvores, nos rios, onde

caiba a filosofia e a vida.

A vida que já neguei, que

de mim já perdido,

fui buscar ao engano dos

sentidos, meu pensar-me,

não me pensando então.

Ninguém sabe o que quer,

nem para onde vai, nem de

onde vem, olhos cegos à

beleza, que os cerca, tão

singela, naquela pedrinha.

Não há como a Natureza,

para me desobrigar e fazer

sair do quarto obediente,

ao que são minhas

noites, só de sombras a haver.

E é nos meus dias obscuros,

que eu trago à memória

os amigos, como flores,

que, sendo bem cuidadas,

são para todo o sempre:

assim os amigos do coração!

Jorge Humberto

01/02/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 01/02/2011
Código do texto: T2765552
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