Transformada

Ao meu mellhor amigo.

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Eu que sempre fui só,

Recolhida e absorta

Não esperava que alguém viesse

E subjugasse parte da minha solidão.

Eu que sempre fui calada,

Ouvinte e observadora

Não esperava que alguém viesse

E de palavras me inundasse.

Eu que sempre tive minhas mãos vazias,

Frias e inconsoláveis

Não esperava que alguém viesse

E com suas mãos delicidadas me consolasse.

Eu que sempre vivi do prevísivel,

Do exato e esperado

Não esperava que alguém viesse

E de surpresas me deleitasse.

Eu que sempre tive uma beleza escondida,

Discreta e tímida

Não esperava que alguém viesse

E livre e explícita a tornasse.

Eu que sempre quis tudo,

Eu que nunca soube nada

Não esperava que alguém viesse

E tudo que há de bom em mim,

Simplesmente despertasse.

Fernanda Sousa
Enviado por Fernanda Sousa em 15/12/2010
Código do texto: T2672399
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