Curitiba
Na chegada
o corpo encolhe
Puxo a voz interna,
ouço:
nem tudo a gente escolhe
Tudo novo, tudo longe,
tanta gente, tanto rosto
aqui se esconde
Vim ver, morar
Ver se aqui viver
Alertas, avisos,
Prevenções e precauções
Cidade grande, acelerada,
Disseram que por vezes malvada
Engano.
Encanta-me, absorve,
Ganha meu gostar
quanto mais eu olhe
Povo frio, que nada.
Amigos aquecidos,
sempre queridos.
Estação fria, sim, gelada.
Essa foi a cidade que vi,
a cidade a quem me entreguei.
Mais aprendi de mim,
tão sozinha nela andei.
Nela não fiquei,
pouco tempo morei.
pouco tempo vivi.
Não raro
Volta a lembrança
bem lá na distância
saudade me engole
a cidade sorri, não dorme
A cidade acolhe.