Blues da ficção (a vida)
Um dia você vai fazer uma poesia
Um dia a vida vai te trazer uma poesia
E você será o intérprete
Já não faço, me deixo levar
No Teatro de Deus
Homens a se matar
E darem as mãos
Como irmãos de armas
Pragas, chagas
Que permanecem na história
Eu, contador de histórias que sou
Lanceiro das ervas medicinais
A mais
A mais
A mais
Ego musical
Elo natural
Tudo é uma mentira
Tudo é ficção
Falar da vida é o contrário de viver
Blues sofrido do ser corrompido
Amigo, amiga
Tidos
Amados
Abusados
Para que meus fins
Justifiquem meus meios
Sempre vou estar a fim
De carregar alguém no seio
Já não protesto, consinto
Já não destino, recebo
Já não atesto, deixo no ar
A compreensão de cada um
É a sua perspectiva
Alfa e ômega
O início do fim
E no fim um novo início
Quando me vejo no fim
Estou no início do levar
Mar de mar de mar
De mais de mais de mais
A mais nas areias daquele ido mar.