Um poema

veja

como é bom saber

que eternizado

agora está

(eu não)

veja

como é bom ver-te

em palavras formado

enquanto eu me deformo

pelas madrugadas

(tragadas)

mas, quando eu fechar

meus olhos

minha porta

tu estarás a vagar

inteiro, vivo

(perene)

eu? cinzas

e sem direito

ao horror

dessa noite

de insônia

a morrer

dia a dia

a correr

contra

o tempo