ALMA LEVE

Eu trago a alma leve

Feito uma festa de crente

Sem cachaça, sem maconha

E um povo tão contente...

Eu aprendi que a vida

Foi feita pra ser vivida

De forma dócil e fervente

Durante 6 anos fui gerente dos Correios em Itatuba e era convidado pra tudo que é festa. Todos sabiam na cidadezinha que eu era ‘ateu’, mas me convidaram para uma festa de crente. Eu não fumava maconha, mas amava a filha do senhor de engenho e, na minha inocência, perguntei se tinha um aperitivo. – “Não, não tem!”

Fui para a festa, que, na verdade, aconteceu em Riachão do Bacamarte. Fiquei observando aquela alegria toda, sem que o povo tomasse um pingo de álcool, e pensei com os meus botões: - Ou esse povo é doido ou achou a pedra filosofal!

Já em casa, contei para Luciene o meu pensamento e ela me respondeu: - “Esse povo achou algo superior à pedra filosofal! Encontrou a Pedra Angular!” Ri a bandeiras despregadas, mas guardei aquilo no coração.