Pintando o sete
Por que a lua tem que ser redonda?
Por que o sol tem que ser amarelo?
Por que a grama tem que ser chão e não parede?
Por que o mar é que tem onda ?
Acho que as coisas podem ser como eu quero
Vai do ponto de vista que cada um vê
O Real as vezes perde a forma pro imaginário,
Acaba não sendo tão plausível
Como o inventado,
Tendo por vez menos cores
Do que o contrário.
É uma instalação de Van Gogh
Com pinceladas de Picasso
O tal do imaginário,
Que ganha espaço
Quando o que vejo arregaço
Com criatividade.
É uma recitação nada sóbria,
Como Vicente, grogue,
Não de rum,
E sim da loucura das cores que tecia
Que hoje nós tecemos;
Como Pablo, abstrato,
Não que a vida não tenha sentido figurado,
Porém, tem sim
Se pensar assim.
Um sabor distorcido pelo tempo
Como uma viaje nos primórdios da terra,
Sempre que nos conectamos
Com uma exposição
Vamos além da visão,
Sentimos com o coração
O calor dos pincéis de cada quadro,
Junto com a obra
Nosso espírito é decorado.
As vibrações
Das inspirações
Do passado
Ainda são tão atuais
Quanto o agora que nos é presenteado
Com a dádiva de poder apreciar
O que já foi criado,
Dando um instalo,
Um impulso,
Para aqueles
Que efetuais
Um novo artista,
Uma nova obra prima,
Continuando a pintar o que aqueles
Deram início,
Para que assim, o pincel
Nunca vire estrela no céu.