Pintando o sete

Por que a lua tem que ser redonda?

Por que o sol tem que ser amarelo?

Por que a grama tem que ser chão e não parede?

Por que o mar é que tem onda ?

Acho que as coisas podem ser como eu quero

Vai do ponto de vista que cada um vê

O Real as vezes perde a forma pro imaginário,

Acaba não sendo tão plausível

Como o inventado,

Tendo por vez menos cores

Do que o contrário.

É uma instalação de Van Gogh

Com pinceladas de Picasso

O tal do imaginário,

Que ganha espaço

Quando o que vejo arregaço

Com criatividade.

É uma recitação nada sóbria,

Como Vicente, grogue,

Não de rum,

E sim da loucura das cores que tecia

Que hoje nós tecemos;

Como Pablo, abstrato,

Não que a vida não tenha sentido figurado,

Porém, tem sim

Se pensar assim.

Um sabor distorcido pelo tempo

Como uma viaje nos primórdios da terra,

Sempre que nos conectamos

Com uma exposição

Vamos além da visão,

Sentimos com o coração

O calor dos pincéis de cada quadro,

Junto com a obra

Nosso espírito é decorado.

As vibrações

Das inspirações

Do passado

Ainda são tão atuais

Quanto o agora que nos é presenteado

Com a dádiva de poder apreciar

O que já foi criado,

Dando um instalo,

Um impulso,

Para aqueles

Que efetuais

Um novo artista,

Uma nova obra prima,

Continuando a pintar o que aqueles

Deram início,

Para que assim, o pincel

Nunca vire estrela no céu.

Ricardo Palermo
Enviado por Ricardo Palermo em 10/02/2020
Código do texto: T6863025
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