Olha a chuva ! É verdade
Olha a chuva ! É verdade
Cai a chuva mansamente na mata
A roça agradece bem contente
A terra de boca aberta abraça
E espera o brotar das sementes.
O homem do campo levanta cedo
Sem perder tempo planta mais
Mesmo o escuro não lhe dá medo
Sabe que recebera as bênçãos celestiais.
O galo madrugador canta com esplendor
Mostrando quem manda no terreiro
A bezerrada em tom de poderoso tenor
Com fome, pedem comida, abrindo o berreiro.
As galinhas devoram o milho
Sem tempo de cacarejar
O sol escondeu seu brilho
Com a chuva a despencar.
As folhas das árvores balançam suavemente
Impulsionadas pela brisa fresca e macia
A sertaneja levanta se bem contente
E já corre preparar o café à família.
A chuva continua caindo calmamente
A água corre pelas telhas molhadas
O perfume que exala fortemente
É o cheiro da terra arada e molhada.
Em pouco tempo forma enxurrada
Com a água mudando de cor
Carrega coisas na sua jornada
Até chegar ao ribeirão sim senhor.