Lar
O lar comprime alargando,
Deixando mais estreitos os laços,
Afrouxando com a dureza dos sentidos,
Por isso ele faz relaxar ao se retesar.
Porto seguro de um barco à deriva,
No balançar das ondas a falsa calmaria,
Já que não se reduz o conflito,
Apenas acalenta com o aconchego dos tesos.
Doce é o lar que salpica o sal da vida,
Dormitando sonhos num repouso frouxo,
Pacificado pelas tradições que buscam lugar,
Uma catequese que inicia sem parar.
Venha o gosto do aroma da refeição,
O olhar terno da carícia eterna,
Sendo sempre crianças a desejar,
Livres para se fazer guardar.