TECENDO RIMAS PARA A AMIGA GERSONITA

A minha amiga Gersonita

Do vestido da cor de chita,

No cabelo, um laço de fita,

Não é nenhuma esportista;

Parece mais com uma artista!

Essa tão nobre senhorita

Tem uma belíssima escrita,

Uma caligrafia manuscrita

Que mais lembra a da Rita,

Aquela sua parente israelita

Que vive em um país saudita

Da criação de bode e cabrita.

De origem e sangue nortista

Minha amiga não é espírita

E muito menos adventista.

Mas sim, uma evangelista

Que vive com alma levita,

Com Deus sempre habita

Fazendo constante visita.

É uma mulher otimista,

Porém, bastante realista,

Os atalhos da vida ela evita

Pois nada engana sua vista.

Sem um objetivo capitalista,

Não é nenhuma cosmopolita

E nunca foi uma consumista.

Com uma tendência socialista

Nunca desejou ser comunista,

Nem tampouco ser petista:

Isso está fora de sua lista!

Um ser humano altruísta

De uma bondade infinita,

Nunca pensou pessimista.

Contudo, ela não acredita

Ser uma mulher tão bonita.

No seu pensamento "xiita"

Tá mais para "marcianita".

Em seu íntimo só tramita

O que seu coração medita.

Nele, o mal sempre hesita

Fraqueza que nem se cogita.

Em humildade, é bendita,

E por mais que não admita

A vaidade não lhe conquista,

E muito menos lhe habilita.

Nada neste mundo lhe irrita

Nem esfria a sua marmita,

A refeição literalmente dita.

Até mesmo a batata frita,

Ou a sua pizza margueritta

Que comprou tão pequenita

Lá na barraquinha da Anita.

Sua paciência nunca se agita

Sempre calma, jamais aflita,

Nem muito ou pouco restrita,

Mas quando é preciso, grita.

É o dito, "A arte a vida imita".

Minha amiga, preciosa "pepita",

Vou botar meu carro da pista,

Queimar borracha na brita,

Que é quando o pneu atrita.

Esta homenagem esquisita

É uma brincadeira que cita

A palavra a qual se limita

E que a frase então necessita,

Sem que nenhuma se repita.

A rima nem sempre facilita

Ou em todo caso, possibilita

Um vocábulo que se solicita,

Pra desespero do poetista.

Até breve, amiga favorita!

Se quiser me chamar, apita.

Paulo Seixas, 09/04/2019