A Fazenda onde nasci
Em Atibaia na importante Fazenda Pararanga
Foi o lugar que Deus escolheu para eu nascer
Ali tinha monjolo, moinho de fubá, muita manga
Um lugar mágico que fez minha vida florescer.
Quantas saudades da Nhá Vica, Dona Filomena
Dos meus avós , parentes e amigos queridos
Alguns por vontade de Deus, deixaram a vida terrena
Deixando muitos corações partidos .
A moeda econômica da época era o café
Meu pai trabalhava desde a colheita ao beneficiamento
Era uma pessoa de garra coragem e muita fé
E não enfraquecia em nenhum momento
O café era lançado num tanque de água para lavar
Depois abria se uma comporta e escorregava por uma valeta
Chegava na máquina para que pudesse beneficiar
E já em sacas iam direto para uma carreta.
No tanque caçávamos guarus
Um peixe pequeno e popular
Fazíamos um deliciosa farofa
E logo corríamos almoçar.
O destino do ouro negro brasileiro
Era o porto de Santos Geralmente
Ia certamente para o estrangeiro
E também consumido internamente.
Na Fazenda Pararanga tinha um ribeirão
Uma riqueza natural de água corrente
Lugar que se lavava roupas de montão
E ali a gente de refrescava nos dias quentes.
Aproveitávamos a água sagrada para mariscar
Se utilizando de uma boa peneira
Muitas vezes vinha uma cobra para nos assustar
Motivo de uma tremenda correria.
O tempo passou e o café entrou em decadência
Outras culturas e a revolução industrial chegou
Mas as histórias da fase criança e adolescência
Da minha mente e coração não se apagou.