JÁ REPARARAM NA BELEZA
Já repararam na beleza, que há num riso,
De uma criança? Nas mãos de um ancião,
Que tudo faz – e o mais que é preciso –,
Para não cair em insalubre e néscia solidão?
Já repararam na beleza, que há numa mãe,
Embalando o seu filho, com carinho e afecto?
E quando chamas, lá de longe, por alguém,
Vir a certeza, de que não estás só, ó filho dilecto?
Com certeza, que não, porque mal vai o mundo!
Acorda, ó homem, não vês que está nas tuas
Mãos, a herança, que hei herdado? Ser infecundo,
Que, à desgraça tua, junta a dele – e são duas.
Jorge Humberto
24/08/07