Dos teus fados fiz poesia...

'Uma homenagem aos amigos de além mar [Portugal], dentro deste texto estão os títulos de muitas canções portuguesas interpretadas para várias cantoras como Amália Rodrigues e pela fadista Mariza'

Dos teus fados fiz poesia...

Celso Gabriel de Toledo e Silva – CeGaToSí®

Poeta de Luz® - Arquiteto de Almas® - Poeta dos Sentimentos®

Concebida em: Piracicaba, 07/maio/2016 – 21h: 14min

Oiça lá ó senhor vinho,

Sem ti, Meu fado meu,

Não se faz o melhor de mim,

Faz-me apenas mera chuva,

À qual o tempo não para,

Sendo assim...

Acorda Ó gente da minha terra,

Que espera a rosa branca,

Talvez um sinal de loucura,

Como se eu fosse Maria Lisboa,

‘Presa’ a um beijo de saudade,

Por meu amor pequenino,

Dentro d’um barco negro,

Onde toca há música do povo,

Canta n’Alma, saudade solta,

Perdida pelo cavaleiro monge,

É ou não é?;

De braços abertos,

Flutua no rio de mágoa,

Onde há palavras que nos beijam,

‘Livre’ do medo,

Plena em primavera,

De braços abertos,

Feita paixão,

Ora recusa em plena feira de castro,

Onde promete, jura,

Pelas vielas de Alfama,

Um pagode do céu azul,

Entoado pelo menino do barco negro,

‘Este’ entre montras,

Para quando me sinto só;

Serei então Caprichosa,

Cantando um fado curvo,

Talvez as meninas dos meus olhos,

Pois a Alfama já me deixou,

Sendo assim Que Deus me perdoe,

Restarão desejos vãos,

A Oferta de boa noite solidão,

Cansada de Carregar missangas,

Quem sabe alguma maldição,

De certo o peso de minh’Alma,

Torcendo para que Lisboa não sejas francesa,

Haja um simples e doido adeus,

Entre mim e você lá no Tasco da Mouraria,

Ouvindo um fado português de nós,

Alforriando pequenas verdades,

Feito alma de vento,

Saudade;

Quem sabe vejamos lírios,

Ainda mais caravelas,

Para não mais ser apenas sombra,

Mas sim uma morada aberta,

Retirar-me então do retrato,

Não mais sentir o silêncio da guitarra,

Ser então transparente,

Para o mundo inteiro,

Ser duas lágrimas de orvalho,

Talvez rosa da Madragoa,

Ou ainda sonhar como poetas,

Fazer-me quem sabe o tipo Dona Rosa,

Aquela que fita meus olhos que por alguém...

Que bom seria Oxalá,

Se eu mandasse nas palavras,

Lavava no rio, lavava,

Os anéis do meu cabelo,

Apenas por ti, ai Maria,

Cantaria o fado vianinha,

Também o fado tordo,

Soariam como vozes do mar,

Pois sei que anda o sol na minha rua,

A bradar como as guitarras,

A certeza do meu mais brilhante amor,

Brincando de malmequer,

Na rua do silêncio,

Onde se ecoa o fado do encontro,

Lá onde...

De repente alguém me ouviu,

Grita vigoroso n’outra língua,

'Hay una musica del pueblo';

Agora não mais o deserto,

Há algo maior,

Não é apenas sina,

Clamo então...

Não queiras saber de mim,

Não faça disto um recurso,

Não venhas com ai, esta pena de mim,

Deleite-se nos meus olhos da cor do mar,

Nesta estranha forma de vida,

Incorporada num canto de Ossanha,

Sem mágoa,

De certo fascinação,

Faz-se então:

Fado das sedes,

Terra d’água,

Por esta desalma,

Tal como fadista louco,

Entre o rio e a razão,

Pela toada do desengano,

De certo o fim,

Mas antes vamos, há festa na Mouraria,

Lá abdicar dos murmúrios,

Olhar derradeira a mais uma lua,

Por fim entender que não é desgraça ser pobre.

CeGaToSí
Enviado por CeGaToSí em 08/05/2016
Código do texto: T5629386
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