Resgate

Força sem igual de facetas mil. Que energia é essa que carrega

contigo com demasiada destreza? Em quantos terrenos foi capaz

de pisar, para vir a criar raízes sólidas, e assim erguer essa impo-

nente fortaleza? Apenas me curvo diante de um sentimento tão

verdadeiro, e sigo pelo caminho que creio ser o correto.

De certo, não medirei esforços pra manter próximo de mim

um ato tão generoso, que nasceste de forma natural,

em uma costumeira tarde de inverno rigoroso.

Será que os regatos serão sempre límpidos, e os pássaros

cantarão em tardes perfeitas? As tempestades darão um

tempo e será possível obter os necessários alimentos das

grandes colheitas? Apenas sei que sinto um bem estar

como nunca antes em minha mente.

Fui resgatado do cárcere imundo e desolador, por mãos

confiáveis à me mostrar uma rota de fuga inesperada,

com livre acesso a um grande amor.

Frustrações, desilusões, tristezas... Como alguém pôde

conviver por anos a fio a sentimentos devastadores?

Como pude viver em amarguras a cada sol que

se erguia por de trás dos montes? O precipício ficava

tão perto a cada noite que saia sem destino.

Os meus passos jamais seguiram até o fim desse transtorno,

pois a esperança na vida ainda vivia em meu mundo,

e os meus olhos enxergavam coisas boas ao meu entorno.

Clarões num céu negro indicam a felicidade. Serão

instantes passageiros esses a qual presencio agora?

Será que tudo se voltará contra mim novamente, e

andarei sobre cinzas numa estrada distante? Não;

dessa vez estou convicto de que todo o mal se foi.

Os fogos de artifício invadem de repente todo o ar,

e criam desenhos diversos que se desfazem

em segundos, bem acima do calmo e grandioso mar.

Chuva fina no telhado. Livro fascinante perto da lareira. A

paz se acomodará em meus aposentos por quanto tempo?

Estará disposta às contrariedades que poderão surgir, e

aos contra-tempos que poderão abalar a sua estrutura?

As possibilidades sempre estarão disponíveis às nossas

interpretações.

A verdade é que não temos o controle de nada que existe

nesse Universo. Somos pó que se vai sem rumo pra lugares diversos, somos pingos de qualquer coisa, um amontoado de farelo. Porque o tempo é o que rege tudo que aqui se encontra, e a ele caberá o bater do martelo.

Alexsandro Menegueli Ferreira - 08 de Dezembro de 2013