À ARTE, UM BRINDE!

A arte é pura impressão

Não tem peso cheiro ou dimensão

É o que o artista quis esconder

Mostrando apenas o aparente

Aquilo que não o instigou a escrever pintar ou fazer

Nada que more de verdade dentro da alma da gente. . .

A arte é uma avalanche

Que sem motivo ladeira abaixo, desce

Levando em seu furor o que foi passado

As coisas esquecidas no tempo

Renovando-as e transportando-as para o outro lado

Onde possam respirar ar puro e limpo. . .

A arte é contrária à morte

Fuga possível de seu terrível guante

Anelo que se liga à Eternidade

Apesar de invisível e impalpável

Invade os domínios da escuridão e da irracionalidade

Mais forte que o medo, mesmo parecendo frágil. . .

À arte ergamos um brinde

Com o melhor dos vinhos de Dionísio

Em taça esculpida por Vulcano em pedra

Sem ela o amor não medra

Os que têm o coração aberto vinde

Ela nos acena com um tempo sem fim meio ou início. . .

- por JL Semeador, na Sala de Leitura da Casa França-Brasil, em 04/11/2011, ao cair da noite, apesar de ainda parecer dia –

Paz demais.

jlsantos
Enviado por jlsantos em 05/11/2011
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