OLHOS DE POETA

Olhos de poeta, vão sempre além,

até onde os outros não alcançam,

pois que lhes falta a sensibilidade,

para reparar nas coisas, como coisas

em si. E por mais subtis e singelas,

que as coisas sejam, mais bela é a

riqueza do poeta, que descansa seus

olhos, na leveza do ser, ser-se poeta.

Uma pedra no chão, aos olhos do

poeta, é como seixos ziguezagueando,

através de um rio, que ele imaginou,

por ver, da pedra, a sua génese.

E nesses olhos, que tudo absorvem,

o céu vai no azul dos azuis, e o verde

dos campos, é inda mais verde, com

cavalos brotando-lhe do peito.

Olhos de poeta, nos jardins floridos,

sentem bem, as doces fragrâncias,

que emanam das filigranas das

flores, que brotam do chão até às mãos.

Olhos de poeta, são do amor, sua

origem, que ele escreve com subtileza,

mãos dadas com os enamorados,

que da natureza, busca a elevação.

Mas, olhos de poeta, vêem como

quem não está vendo, por tudo isso,

em cada coisa uma raiz e um

renascer, que ele próprio, toma para si.

Jorge Humberto

19/09/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 19/09/2011
Código do texto: T3228687
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.