DESPERTAM AS FLORES

No róscido da madrugada despertam as flores.

Suas leves fragrâncias espalham-se pelo ar,

entrando nas janelas abertas, dos meus amores;

e ouve-se ao longe, dos pássaros, seu chilrear.

Depois da bruma o sol, eterno e resplandecente,

que vai pelas coisas, como que adornando-as.

De ricos brilhos se mostra, a quem passa ordeiramente,

pousando nas nossas mãos, acariciando-as.

E as crianças vêm para a rua, brincando de bola,

e outros jogos, que elas muito bem sabem inventar.

Parece até que são impulsionadas por uma mola,

quando cantam e saltam, sem nada as importunar.

Passeiam-se casais apaixonados, trocando confidências;

caras metade, contagiadas por uma estranha alegria.

E o sol, em singulares e esquisitas incidências,

espelha-se nas águas do rio, completando a magia.

Jorge Humberto

23/07/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 23/07/2011
Código do texto: T3113343
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