SEREI POETA TODA A VIDA

Liberto-me das amarras que me cingem,

sou dono e senhor de meu tempo,

e às coisas, que de negro, minha alma tingem,

ao descuido não me dou, e ganho alento.

No focinho etéreo da palavra saúdo os versos,

harmoniosos, românticos, conscientes,

e sou, partindo de mim, todos os instintivos reversos,

que das grilhetas se mostram ausentes.

Alto ergo o meu pendão, à estimada liberdade,

e solto o vocábulo, teoremas e fonemas,

que os poemas exigem, em toda a sua conformidade,

mostrando do régio planto seus temas…

E escrevo como quem respira, do ar a fresca brisa,

em reais exaltações, que à alma se dão,

e à poesia, verticalmente coerente, junto-lhe a divisa,

que ao poeta pertence, em toda a sua extensão.

Nascituros poemas, que à terra, eu dou a semear,

em raiz se tornarão, às plantas por nascer,

que as minhas mãos, no chão, irão então lavrar,

os frutos, porque todos anseiam poder ler.

Fiz-me poeta, do mais alto de mim, inaudita embriaguez,

que solta a rima, e a faz, no todo, destemida,

sem véus pueris, nem estados de uma cerrada viuvez,

porque para mim, poesia, é toda esta minha vida.

Jorge Humberto

16/07/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 16/07/2011
Código do texto: T3098870
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.