Hoje... Acordei feliz!...
 
Hoje acordei feliz e não sei o por que
Mas sei que foi assim...
Será que vi perdiz no meu quintal?
Não... Não creio. Meu quintal tá que é um lago só
Ah!... Já sei... Foi um frango d’água
Não... Não Foi... Seria um peixe boi?
...
Que coisa esquisita esta de estranhar a visita
Da alegria!... Deve ser a falta de hábito...
Ah!... Lembrei!... Ontem, me peguei
Cantando com o Elomar, coisa que há muito
Não fazia!...  E cantei como se fora
Minha a sua canção e musa...
Cantamos “Cantada”... Ele, pra sua musa
E eu pro nada... Mas, nada a ver!...
O importante foi que cantei...
E isto, com certeza, se deve ao fato
De ter pego meus vinis, e, todinhos limpos,
Dispostos, cronologicamente, nos seus devidos
Lugares... Principalmente - de novo – dentro de mim
Como parte do corpo ou cérebro... Sim,
Eles me são muito caros... E alguns, raros!...
E os deixei de lado, como tantas outras coisas
E até pessoas...  Por dois anos, - Intragáveis anos -
Consecutivos... E intermináveis...
Foi um quase caos: capas danificadas,
Encartes imprestáveis... Mas eles lá íntegros,
Sonoros... Demasiadamente sonoros...
Em cada sulco: um riso, um soluço,
Uma lembrança impregnada de saudades...
- doridas umas... Mas outras boas!... -
Meus VINIS VARONIS lhes AMO!...
Amo até o mofo e as conseqüentes traças,
Acumuladas neste descuido, e o soluço
Dos teus arranhões... Quando traças
O mirabolante salto sobre as faixas
Ou clamas por cuidados repetidas vezes
Quando emperras sobre uma música
Principalmente aquela “dita” predileta...
Meus “bolachões”...  Museus portáteis...
“Particularmente” privados e singulares...
Hoje, na quase totalidade,
Guardados dentro de Museus...
História dentro da história...
Ontem, só por tê-los, às mãos
Visitei o Ataulfo, Antonio Maria,
Os Gonzagas, Vinícius, Babem,
Pixinguinha, Cartola, Elis... Caymmi
E aí sim, neste momento cai em mim,
No rosto, algo salgado, frio e úmido
Que a contragosto enxugo com o dorso
Da mão... Mas tem o outro lado...
Vejo Caetano, Dédé e Moreno pelados,
O Armando Macedo tocando bandolim
No programa de Flávio Cavalcanti
Tendo como jurado Sérgio Bittencourt
(Filho do “amigo” Jacob do Bandolim
Que por sinal, PEDIU-ME BREVIDADE
NA VISITA, por que ensaiava com Elizeth
Cardoso um show no MUSEU
Da Arte e do Som...) Um dos maiores
Encontros da MPB de todos os tempos.
Voltando ao “Armandinho” ele sequer
Tinha barba, beirava os 14 anos...
...
Chico Buarque pôs na praça: A Banda,
E saiu com Carolina em busca da Rosa dos Ventos,
Viu de relance a Construção onde “Pedro Pedreiro”
Criava um Sabiá, mas a Roda viva dele girava velozmente
E Januária que Com açúcar e com afeto o aguardava
Ficou fula da vida e chamou O Malandro às falas...
Ele recorreu a um Folhetim de desculpas esfarrapadas
E ela disse-lhe: “Cálice!...” E é assim num
“Retrato em branco e preto” que a história
Consolida-se. Olhem que só falei (um pouco) do Chico!...
...
O Vandré grita: -“ Pra não dizer que não falei das flores...”
A Bethânia estuda e ensaia no Teatro Opinião
O “Carcará”. E Roberto, sim o Roberto, irado e
Blasfemando, manda tudo para o inferno...
Tudo isso, sim, tudo isso, num só dia... Ontem,
19 de maio mudou o meu astral e conseqüentemente,
Hoje 20-05-2011,
ACORDEI FEEEEELLLLLLLIIIIIIIIIZZZZZZZ!...