O RIO ANOITECE EM POESIA
O Rio anoitece em poesia.
Há um vento meio frio
pelas ruas,
mas que não afugenta a alegria
e, sim, o vazio
que assalta as almas
nesses momentos
quase serenos.
Um bar aberto
na Lapa.
Um gosto,
na boca, de sopa.
Um poema surgindo
na tela.
A imaginação subindo
feito uma bola
de gás,
que escapou da mão
do menino,
para não voltar
nunca mais,
partindo-lhe o coração,
ensinando-o a perder,
desde pequenino.
O telefone toca.
O coração bate.
A vontade é louca.
Nada que do verso me afaste.
Nada que me desensine
a esperança,
ou que, do meu peito, drene
essa sina, de nascença,
de acreditar
na infinita possibilidade
de amar,
como caminho único de felicidade.
- por JL Semeador, em 11/05/2011, num início de noite da Lapa -