MINHAS MÃOS NA TERRA A CRESCER

Mais que ser, estar na natureza,

com mãos de terra;

meus braços como arados,

lavrando o campo rude e virgem.

Depois de lavrar semear o chão,

com grão e cevada,

que hei-de sacudir na eira,

em chegando o dia da colheita.

O sol será meu aliado, e há-de

bater forte nas espigas,

ondulando ao vento,

como um mar qualquer interior.

Ao tempo o tempo, dos estames,

dos grãos a nascer,

suportando algumas chuvas,

que serão sempre bem-vindas.

Com minhas mãos abrirei rios,

ainda que pequenos,

para que a água molhe

as sementeiras, em fase de flor.

De enxada nas mãos, orientarei

o caudal dos riachos,

para que toda a plantação,

tenha o mesmo volume de água.

Finalmente os meses passaram e

o grão-de-bico e a cevada,

está pronta a ser debulhada,

na eira que conta muitos séculos.

Foice na mão, dia após dia, vou

amontoando

a colheita, distribuindo-a em montes,

que coloco junto à pedra negra.

Feito isto descamiso as sementes,

batendo com força

na eira, separando o trigo do joio,

e para minha alegria, o trabalho rende.

Jorge Humberto

22/02/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 22/02/2011
Código do texto: T2808226
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