ENCONTRO COM O RIO

Por veredas de caminhos estreitos,

passeio entre folhas caídas,

enquanto algumas pedras

são escolhos,

que a Natureza deixar escolheu,

para que nada se possa

descaracterizar, destes lindos

rumos, que são meu caminhar

pelas manhãs adentro,

com o sol radiante no céu azul,

e os gorjeios dos pássaros sinfonias.

Depois de tomar um pequeno

atalho,

ouço o som vibrante de águas,

providas de músicas sibilantes,

que um rio,

mais ao largo, não deixa destoar,

no seu correr liberdade,

pelas orlas das veredas,

separadas por cercas de madeira,

apanágio do Homem, que marca

tudo, territorialmente.

Não achando entrave, nas cercas,

de arame e de madeira,

passo-me para o outro lado,

onde corre o rio e aí procuro,

onde sentar meu cansaço, que é

de ar puro (mas eu sou um poeta

da cidade,

onde as flores são de aço e as

estradas de alcatrão, e as fábricas,

expelem sua poluição,

até esta se entranhar, nas paredes).

Já descalços os pés, ao ar,

entro nas águas límpidas do rio,

com cuidado extremoso,

para não escorregar nos seixos, que

têm algas, como passageiros,

e vejo embevecido, alguns peixes

dourados e outros vermelhos,

ziguezagueando, no ébrio rio,

enquanto procuram águas mais

profundas, para se alimentarem e

acasalarem.

E neste encanto adormeço, ao som

das águas.

Jorge Humberto

09/02/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 09/02/2011
Código do texto: T2781670
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