ESCREVER AO ENTARDECER

É com o entardecer, que há um

indistinto rumor, nas folhas,

pelo seu contacto, só

visível, a olhos que buscam nada.

As águas do rio são arenosas,

de um cinzento-escuro,

com laivos avermelhados, do sol,

que se vai diluindo, nos espelhos.

A lua, já vai alta no céu, de nuvens

aspergida, e o sol é de um

louro alourado, que vai subindo,

nas paredes, das casas.

A horizonte deita-se o mar, incólume,

e os amarelos e os castanhos,

explanam minuciosamente,

o plano das águas tranquilas.

Grau a grau, as cores vão sumindo,

e na noite, que vem vindo,

pássaros partem,

em debandada, para outros sóis.

Leve, breve, a noite se anuncia,

com gatos fugindo,

por entre muros, e, nos candeeiros,

insectos voltejam, feito loucos.

Jorge Humberto

31/01/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 31/01/2011
Código do texto: T2763580
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