À MINHA CASITA DE MADEIRA

No azul que vai nos azuis do céu,

é que eu tenho tudo que é meu,

esperanças que me são devidas,

e as vidas por mim já vividas.

Qual um pássaro que trouxesse,

pedacito do céu que lá houvesse,

um tracito quereria só para mim,

para desenhar uma casita enfim.

A horizonte iria buscar vasto mar,

para o jardim medrando banhar;

e as madeiras eram só recicladas,

com as fileiras mui bem aparadas.

O ocaso não era longe de onde sou,

tosco barco às minhas águas cismou,

à deriva boiava com sentido norte,

e eu e ele buscamos a mesma Sorte.

Nado sol lá estou eu a me madrugar;

remo em círculos sempre a aumentar,

a cadência dos braços; e na lonjura,

a casita que acabou co minha tortura.

Jorge Humberto

30/01/11

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 30/01/2011
Código do texto: T2761486
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