Barzinho
Amigos num bar, soltando conversa
Cerveja, guaraná, e fumaça
A mente aguçada, mas o olhar dispersa
E se concentra na bela que passa
Papo rolando, é homem-mulher
É riso, é piada, é reclamação
É gente sentada ou gente de pé
E todos de olho, prestando atenção
Na TV, a notícia que ninguém quer ver
Ou o capítulo inócuo de uma novela
E a gente procura não deixar perceber
Que volta e meia olhamos pra tela
Falar sacanagens e demolir mitos
Implicar de graça e consolar alguém
Lutar pra pegar a cebola num palito
Esperar (se sozinho) o olhar que não vem.
Ouvir uma música, cantar junto até
Botar uma marra, contar a vantagem
Contar da excursão que foi feita a pé
Mostrar as fotos daquela viagem
Entregar um presente, comemorar o dia
Beber com moderação, sem limite abraçar
Num encontro ao amigo mostrar a alegria
Não há prêmio melhor de se conquistar
Quando a noite acabar, ver carona pra casa
Ou voltar de outro jeito, da forma que der
Porque Deus não quis que cobra tivesse asa
E esperteza e prudência deu mais prá mulher.
Mas na volta, feliz e contente
Vasculhar bolso e lá encontrar
O telefone da bela, que sorridente
Tu deste um jeito dela te arrumar.