ENQUANTO LIA

Quem desse que todas as aves dos céus

à terra descessem

e entre cantos e chilreios se passeassem

por entre a terra molhada, depois de uma

manhã acidental de chuva.

Quem desse, quem desse, sem mostrar

medo algum, viessem pousar perto de mim,

curiosas por entender o que seria aquilo

no regaço de minhas mãos, de capa

colorida e letras esgarçadas, espaçadas.

E conforme a manhã se foi instalando, assim

as aves foram formando parelhas de casais,

aqui e ali nas árvores e pousando em meu corpo,

buscar-lhe a frescura, que umas rochas

salientes a devida e merecida sombra aquietava.

Jorge Humberto

03/09/09

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 04/09/2009
Código do texto: T1792366
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