SÚPLICAS...
SÚPLICAS...
As multicores do panorama amazônico
desfalece lentamente no abismo crepuscular;
acompanhado do gorjear desordenado da passarada,
impregnado na atmosfera.
Numa espécie de miragem risonha,
surge imagens imperiosas,
resgata o espírito do profano isolamento.
Nessas festivas solenidades tropicais,
na hospedagem complacente dos abraços,
dos desejos, dos beijos trocados;
prever uma bendita amargura,
na brancura dos primeiros fachos lunares.
Improvisado na floresta exuberante,
esse manto cintilante dissimula um corpo,
um corpo a entrever e romancear,
anseia aquecer-se, rorejar,
nutrir amorenada pele nua,
suscitar ternuras inigualáveis,
tudo que impede o compartilhar,
as cobiças avidamente materializar.
Tocar com a suavidade dos lábios,
efetivar as carícias suplicadas,
eternizá-las.