NASCIDO PARA SER LIVRE
Nascido no meio das extensas planícies,
ainda em potro, mostrara ser um animal,
muito diferente, de seus companheiros,
correndo de cá e para lá,
incansável e feliz, por uma liberdade,
desde cedo, tida por seu direito, natural
e intocável.
Apesar de preferir andar só, de subir às
montanhas, para ver o sol nascer, ou
descendo estas, para saciar a sede, no rio,
lá mais em baixo, correndo atrás, de
outros animais, aos pinotes, nunca ele se
negara, a novas descobertas, e foi assim,
que descobriu, o que comer, quem evitar.
Mais tarde, um belo garanhão, todo preto,
já com seu próprio harém, de múltiplas
fêmeas e território, bem delineado, era
soberbo, ver suas demonstrações, de força
e de pura felicidade, crinas ao vento, como
que sorrindo de confiança, num galopar
elegante, corpo perfeito, reluzindo ao sol.
Deixando para trás, as fêmeas, lentamente
troteava, em direcção, aos seus pais, para
os cumprimentar, em
toques de focinho e de encostos de corpos,
baixando e subindo, sua cabeça, num perfeito
sinal, de imenso respeito, para com os seus,
acariciando-se, entre pequenas mordidas.
E erguendo as patas dianteiras, no ar, filho do
vento, lá voltava a partir, para o que nascera…
ser o cavalo de todos os cavalos, o escolhido.
Jorge Humberto
02/07/09