APOGEU

Corre uma leve brisa, refrescando meu rosto,

ao entardecer. Isto ainda, a horizonte, não se

vislumbre, as cores habituais, de um pôr de sol.

As folhas das árvores, mostram seu reverso,

de um verde mais claro, vergando-se ao peso do vento,

que vai subindo de intensidade.

Mais abaixo, o rio, com suas pequenas ondas,

é agora um quadro, laranja e amarelo, entregando-se

aos outros elementos, que irão formar, a distinta linha,

entre o mar e o céu.

E meus olhos, enchem-se de beleza, quando, por fim,

a horizonte, o sol se põe, num espectáculo,

todo ele diferente, de dia, para dia.

Descendo vagarosamente, já totalmente vermelho,

pode-se ver, como se dentro do sol, silhuetas de

pássaros, qual quadro oriental, em representação,

da natureza.

E, batendo, à minha janela, deixo, que a noite, invada

meus aposentos, concebida, que foi a metamorfose:

e somente, uma lâmina de prata, continua a brilhar,

por sobre as águas, deste eterno rio, tendo a lua por cima.

Para além de mim, espreitando à janela, apenas, um belo

gato, se passeia, desenhando sua sombra, no muro, num

caminhar felino, deixando atrás de si, toda a sua graça.

Resolvo-me a fechar tudo. Desejando-lhe, toda a sorte,

para mais uma noite, de ganhos e de perdas…

Pensando bem, todos somos feitos, destas pequenas, grandes

coisas.

Jorge Humberto

24/05/09

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 25/05/2009
Código do texto: T1613871
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