VOAR, VOAR

Todo sábado é assim

Uma vontade de ter

As asas habilidosas

Pra no céu voar e ver

Montanhas, rios e mares

Mil cascatas lá dos ares

E nos nimbos me perder

A chuva caindo ver

Fininha, mui educada,

Hidratando a roseira

Sôfrega e apaixonada

Possuir o solo seco

E invadir esse beco

Da casa da namorada

Ver lavar a amurada

Do campo de girassóis

A loirinha recolhendo

Do varal brancos lençóis

O menino na biqueira

Faz de tudo brincadeira

Revolvendo em caracóis

E por fim ver tantos sóis

Enxugar o teu telhado

O vaqueiro em verde campo

Aboiando para o gado

O pavão fazendo cena

O janelão da morena

De cristais todo molhado...

(Sander Lee)

***

Resposta do grande poeta Antonio Leal, a respeito de VOAR, VOAR:

Sander Lee, o seu poema

Tem ares de profecia

Faz lembrar este momento

De sobeja agonia

Em que mais que uma neblina

Lá em Santa Catarina

Cai água à noite, ao dia.

Sei, porém, que ela é bem vinda

Em nosso torrão natal

E que muito ao contrário

Se não vem, faz muito mal...

Por equilíbrio, lutemos

As florestas preservemos...

Faça-se o “meio” ideal.

Proponho aqui uma troca

À grande mãe natureza,

Que sem fazer tanto alarde

E também sem mais fereza

Mande chuva pr’o agreste

E o sol do meu Nordeste

Pr’a Blumenau com presteza.

Que o espírito presente

Na quarta estrofe do “canto”

Converta-se em verdade

Evitando ter mais pranto

Naquele belo Estado

Que será reedificado

Pelo amor, que é tanto.

Lindo lindo seu poema "Voar, voar", Sander.

Desculpe a relação que fiz com a catástrofe que ora ocorre aqui para o Sul.

Belo também o Êxtase

Grato pelas manifestações de apreço, e tenha um domingo de muita luz ao lado de sua digníssima família.

Grande abraço, poeta

(Antonio Leal)