Carne e cal

Ninguém se Importa...

...Se bailardes na Lua ou se ides à folia,

Ou engenho tivestes em berço divino.

Se entre a plebe rendeste-vos um dia.

Ou ao fado vos lançardes sem tino.

No festim insano de bramir tambores,

O címbalo reumba e o licor se espalha,

Altivez se retira, despojada dos senhores,

Quando a virtude, em combate, batalha.

À mesa farta, consagrada em carne e sal, Autocomplacência em torpe ardor,

E o jolgório se ergue ao fragor desleal,

Ao som do apito agreste e do tambor.

Já a inveja vil é arauto sombrio,

Caliça que se esvai em clamor vão,

Cal que esfarela os escombros do brio,

Renega-se em praga, calcinada no chão.