MEUS ESTRIBILHOS

MEUS ESTRIBILHOS

 

A vida me cobra comemorar,

Seja a minha ou dos filhos,

Seja de Nara, estrela do lar,

O que aguça meus estribilhos.

 

Nessas rimas de vento e luar,

Lembro sempre de praia e areia,

Onde eu vejo o chicote no mar,

Como as ondas e suas sereias.

 

Mas vou perto para transpirar,

E sentir o salobro da maresia,

Na certeza de que vou festejar,

Cada filho que tem o seu dia.

 

São quatro colunas no sustento,

Se a velha escora já se retrai,

Pois a regra não quer o lamento,

Porque a alegria é de mãe e pai.

 

Algumas colunas se remodelam,

Tendo ao lado um calço e norte,

Que forjam no amor, como selam,

As cartas que trazem a sorte.

 

Há os nomes dessa caminhada,

Seja Gabriel, Késia e Nara,

Mas existem mais na ninhada,

Se Rapha e Érica dão caras.

 

Há também sonhos e poesias,

Como anamneses das consultas,

Entre cartas e mais energias,

Onde há orixás, erês e bruxas.

 

Tudo flui nesse cósmico canto,

Seja do grande ao minúsculo,

Onde os prótons são o encanto,

Como a concha de cada molusco.

 

O que vive tem tempo próprio,

Vencendo o evento que asfixia,

Seja a baga do fruto impróprio,

Ou o que pode servir de agonia.

 

Mas o nosso segredo não conto,

Pois dele nem mesmo eu sei,

Mas até que descubra o santo,

Vou querer um milagre do Rei.