PRIMAVERA
Principia a estação das flores
Com seu manto de fulgor...
Luminescência que afaga a alma
Nas delícias do alvor!
Chega assim, tão mansamente,
Trazendo a brisa ultraleve
Envolvendo espaços vácuos
Em rito com a natureza em festa.
Na amplidão bailam os pássaros
Voam mais alto os albatrozes
Singrando a imensidão dos mares
Em acrobáticas magias velozes.
Não há tempestades nem procelas
Ameaçando as flores belas
Somente bons ventos permeiam
A imensa crosta terrestre.
Passa a estação como um sonho e,
Num dia qualquer, de repente,
Um sopro tristonho desfaz os encantos
Murchando verbenas e o enredo das cores.
Antenor Rosalino