EXALTAÇÃO À FONTE BOA
329 anos de História*
Hoje não cantarei saudade
Nem pintarei de estrelas
O teu passado adormecido!
Hoje, o verbo do meu grito
Vibra o desejo - além do infinito -
De te ofertar Flores Amarelas!
...E saudando tuas primaveras
Neste teu mais que tricentenário,
Eu que te louvo e te amo tanto
Também te oferto o puro manto
De um sentimento sacrossanto
Como presente de aniversário.
Hoje, até o velho Rosário
Plantado na cuia da Lua Cheia,
- Na noite em que nasceste-
Veio cintilar o azul-celeste
Louvando o bem que fizeste
Ao povo de tua antiga Aldeia.
Até a velha cidade saudosa
Que ora dorme submergida
Enviou-te dourada dedicatória!
Lembrando a grande trajetória
Que exalta toda tua história
Desde a primeira cruz ungida.
A várzea barrenta e despida,
Atulhada de escama e melodia
Saúda-te com o vinho doirado
Envelhecido no igarapé sagrado
Onde Samuel Fritz foi curado
Da hidropisia que lhe ardia.
Na sublimação poética da noite
Curumins e Cunhatãs do teu chão
Dançaram tua luz esplendorosa!
E a velha Curandeira caridosa
Embevecida de magia luminosa
Anunciará o fim da escuridão.
E quando os fogos se calarem
E as vozes da Igreja demolida
Cantarem o murmúrio das águas,
Os tambores dos Yurimáguas
Feito flechas Perfumadas,
A ti, renderão Graças, querida...
Manhã de outono.
Manaus (AM), 31 de março de 2018
*Poema dedicado a Fonte Boa, em alusão aos 329 anos de Fundação,
127 de emancipação política, e 80 de ascensão a categoria de Cidade.