DOR DE MÃE
(Samuel da Mata)

No dia da mãe o poeta não fala, apenas chora
Chora as dores da sua e as de outras, mundo afora

Chora as dores das tantas que perderam seus rebentos
E as dores de outras que em pranto salpicam unguento

Chora as dores das mães esquecidas em internatos
E as de tantas que nos lares renegadas estão de fato

Chora pelas vigílias que elas fazem as madrugadas
Por seus conselhos sem respostas e suas angústias sufocadas

Chora as ilusões que alimentam em devaneios
De que seus filhos mudam e voltem a ser altaneiros

Chora as tristezas de tantas mães desiludidas
Que amaldiçoam a hora que a um filho deu vida

Samuel da Mata
Enviado por Samuel da Mata em 09/05/2016
Reeditado em 01/05/2023
Código do texto: T5630095
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