DOR DE MÃE
(Samuel da Mata)
No dia da mãe o poeta não fala, apenas chora
Chora as dores da sua e as de outras, mundo afora
Chora as dores das tantas que perderam seus rebentos
E as dores de outras que em pranto salpicam unguento
Chora as dores das mães esquecidas em internatos
E as de tantas que nos lares renegadas estão de fato
Chora pelas vigílias que elas fazem as madrugadas
Por seus conselhos sem respostas e suas angústias sufocadas
Chora as ilusões que alimentam em devaneios
De que seus filhos mudam e voltem a ser altaneiros
Chora as tristezas de tantas mães desiludidas
Que amaldiçoam a hora que a um filho deu vida