ENTÃO É NATAL...

POIS É NATAL

Cristo nasce

e ri, se comove.

chora, se encanta.

com o menino de rua,

com o aidético triste,

bailar da cheia lua.

com a paz que inexiste,

a voz que se cala,

o canto que ecoa,

a perdida bala,

o sino que soa

em Belém

Berlim,

Bauru.

com falso amém,

a dor sem fim,

explicíto nú.

os sem-terra,

sem-destino,

sem-alma,

sem-teto

solar.

Seu sono

é a morada

dos mais belos sonhos.

do Seu sorriso

nasce o arco-íris,

a criança-esperança,

chegança da vida viva,

amor concreto.

nasceria mil vezes,

nasce a todo instante,

tantas vezes preciso,

dentro de nós,

nos homens sós.

pena que optamos

por desvirtuamos o sentido,

esquecer do aniversariante,

industrializar a causa.

distantes...

dispersos...

beligerantes...

omissos...

sem compromisso...

[gustavo drummond]