VIDA SEVERINA: Homenagem ao Poeta João Cabral de Melo Neto
Era uma vez um menino
criado solto pelos canaviais.
Um joão desses quaisquer,
penseiro e setemesinho,
mas que venceu o prumo em desalinho
e tornou-se Poeta:
Um dos maiores daqui
ou de qualquer outro canto.
Um Poeta que não gostava
de ser chamado, Poeta.
Que dizia não gostar de música,
mas que guardava em seus versos
a silenciosa música da seca,
os sons áridos dos ventos nordestinos.
Era uma vez um Poeta,
que amava touradas,
mas que tinha medo
do Inferno e da Morte.
A Morte sempre presente
na dura sina
de quem nasce marcado
por uma Vida Severina.
- por JL Semeador, no final de 1999, para um trabalho de conclusão de curso normal; revisitado e revisado em 23/11/2010 -