Para quem tem namorada, não dessas atuais,
Que ficam hoje e amanhã, nada,
Falo para àqueles que em um dia de sol
Ou numa noite enluarada, descobriu
Seus olhos noutros olhos, nos quais soube ser a amada.

É para esses venturosos que desde então jamais caminham sós
Que alerto, não seduzam a si, oh sedutores,
Que estas donzelas se dão, nos beijam, suspiram,
Juras eternas redundam, ardem, esperam,

Porém se não cuidadas não toleram
E o que antes era amor torna-se bolero.

Assim, o amor conquistado não é como a bandeira fincada
No topo do mundo ou na vastidão da lua,
É antes, já disseram os poetas, uma flor desabrochada,
Que requer calor, umidades e delicadeza, muita atenção
Chocolates, minos e champanhe gelada.


Um fim de tarde na praia, acordar (e não levantar) numa manhã
De outono, lareira no inverno, a alma sã cheia de pensamentos
Impuros, um e-mail de bom-dia, trinta telefonemas nas horas mais
impróprias, a palavra leve, o pronome torto dito constantemente:
Eu te amo, eu te amo, eu te amo.

Ame, companheiro, mas amar não basta, é preciso cuidar do amor
E conquistar a amada à cada dia, para que o amor dure todos os dias.