Vozes (Consciência Negra)

Quando virá a alforria?

Sinto ainda o chicote

Nas costas torturadas

Pelo desprezo, do nada,

Do que sou, do que fui,

De onde nem sei se vou...

Quando virá o dia

Em que soltarão os grilhões,

Cicatrizarão as feridas

E terei amor pela vida

Que o futuro pode me proporcionar?

Vozes na lembrança,

Choros incontidos,

Estalos cortando o ar e os feridos

A cantar...

Sempre cantando suas dores,

Na maneira exata de dizer:

Sou gente!

Independente de não querer...

Quando?