Interior
Sinto as folhas mortas
Tocarem meus pés descalços
Com a leve brisa deste lugar,
Mórbido como eu.
Aqui,
Minha única companhia
É a árvore no horizonte,
Que a cada dia seca sem sua fonte.
Cada folha que dela cai
É acompanhada por uma lágrima minha
E cada lágrima minha
É abandonada ao chão pela brisa.
Logo,
Apoiando- me na árvore,
Percebo que ela também
Em mim busca apoio,
Pois suas raízes já estão fracas e cansadas
Como meus pés,
Feridos de longas caminhadas.
Olhando para o alto,
O céu é especialmente escuro e estrelado
Mas falta um lindo luar...
As estrelas, brilhantes e numerosas,
São o reflexo das folhas caídas,
Banhadas com um pranto peculiar,
Resultando em uma abóbada suntuosa
E apesar d’aqui ser sombrio,
Este céu é o que me conforta
E também à árvore cheia de rugas
Pois nele ainda podemos ver um pouco de luz
E, assim,
Procurar esperança nas estrelas...
Jéssyca Pinho
Belém, 25 de dezembro de 2007.
(20:23)