POEMA BUCÓLICO
Já era tarde, quase noite. Na cidade as luzes eram acesas como de costume em todo entardecer. No pé da serra junto às montanhas a lua chegava de mansinho trazendo um clarão ditoso.
Como não poderia deixar de ser iluminava o rio que serpenteava os campos altos daquele rincão também venturoso.
Ali a natureza se manifestava sorridente trazendo uma paz indescritível ao som das aves noturnas que aos poucos se aninhavam e os “cricris” dos grilos displicentes livres de predadores.
O matuto acostumado com tanta beleza e um silêncio gratificante diante de uma paisagem ímpar apenas entoava assoviando uma Ave Maria sertaneja com eterna gratidão pela mansuetude pacifica do local e da sua vida.
Tão disperso estava que nem escutou a sua amada o chamando para o jantar. Nada mais era necessário para ele. Todas as bênçãos do céu estavam ao seu alcance. Amava e era amado. Não pretendia nada mais do que a paz e a alegria de viver que se faziam presentes.
Clementino, poeta e músico de São Sebastião – SP/BR.