Nem migalhas
Eu só mergulhei em teus sonhos porque os meus não eram suficientes.
Mergulhei em teu corpo... Em tua alma.
Quis ter teu coração.
Ter teus minutos.
Queria ver tua dúzia de sentidos.
Eu fiz confusão... Ah, eu fiz sim.
E o vento não perdoou.
Soprou teus sentimentos pra longe de mim.
A fogueira ainda arde dentro de mim.
A sede de te ter ainda está aqui.
Aquela criança medrosa, ainda está em mim.
Não existem mais flores.
Não há mais borboletas.
Apenas um castigo.
Um espírito sofrido.
Até o eco de sua voz acabou.
Não sobrou nada.
Nem mesmo migalhas de ti.
Agora um vento sucateado e frio corre em minhas veias.
Vento penetrante, que castiga minh'alma.
Que congela minhas intenções.
Os sorrisos morreram sem promessas de ressurreição.
O que há de ser?
Talvez nada seja feito!
Quem sabe isso também morra em mim.
Quem sabe?
Sandro R C Costa