ÉONS DE VIDA

ÉONS DE VIDA

 

Com os éons eternos da alma,

Vou então rever minha vida,

Pois essa etapa é máscara,

E liga ou às vezes esquiva.

 

Vivemos da luz do Universo,

Com a cara exposta ao vento,

A contar em dias e versos,

O que seja alegria ou lamento.

 

Se vou copular nas estrelas,

Um momento será do planeta,

Numa pausa de luz amarela,

Onde o Sol é o astro gameta.

 

Engraçado é o espaço e o tempo,

Imbricados nas veias de luzes,

Entre o vácuo que não tem vento,

E todas nebulosas sem cruzes.

 

Lá não há o martírio no poste,

Pois não tem um crime formal,

E os cometas são o transporte,

Do mistério que é bem ou mal.

 

Sem pecado o mundo é justo,

Pois nascemos em nova vida,

Mesmo sendo feita de sustos,

Pelo acaso que dói na parida.

 

Serei contra a herança do erro,

Pois eu tenho direito ao acerto,

E por isso não falo, mas berro,

No tom que me faça concerto.

 

Somos livres, mas com regras,

Todas elas geradas no Cosmo,

Sem sarça ardente às cegas,

Ou lei desumana e sem polo.

 

São esses meus éons de vida,

Pois são além desses anos,

Mesmo quando Disney convida,

Às loucuras de seus sonhos.