JEQUIÉ E O RIO
JEQUIÉ E O RIO
Já houve um rio na Bahia,
Nascido na boa Chapada,
Correndo com toda alegria,
Das contas já negociadas.
Mas hoje o homem deflora,
Em busca de cada sangria,
Tirando os cílios de outrora,
E a chuva que tanto havia.
E cada margem nos dava,
Areia e poços profundos,
E o barco que carregava,
A feira sortida do mundo.
Ali passeava o mascate,
O índio e o bandeirante,
E até Bittencourt fez biscate,
Sorrindo e seguindo adiante.
Com estrada até Monte Alto,
Zé de Sá deixou Camamu,
Fez na Borda da Mata o recato,
Por caminhos e mandacaru.
Só assim Jequié viu o mapa,
Represando o rio entre pedras,
E com água ou beira da estrada,
Foi comarca abaixo das serras.
Hoje em dia, sonhando o futuro,
Rio das Contas pede clemência,
Quer livrar-se do esgoto obscuro,
E nos dar o direito à querência.
E ser rio sem barco encalhado,
É um sonho que desce ao mar,
Pois se o rio só for represado,
Chora angústias sob o luar.
JEQUIÉ E O RIO
Já houve um rio na Bahia,
Nascido na boa Chapada,
Correndo com toda alegria,
Das contas já negociadas.
Mas hoje o homem deflora,
Em busca de cada sangria,
Tirando os cílios de outrora,
E a chuva que tanto havia.
E cada margem nos dava,
Areia e poços profundos,
E o barco que carregava,
A feira sortida do mundo.
Ali passeava o mascate,
O índio e o bandeirante,
E até Bittencourt fez biscate,
Sorrindo e seguindo adiante.
Com estrada até Monte Alto,
Zé de Sá deixou Camamu,
Fez na Borda da Mata o recato,
Por caminhos e mandacaru.
Só assim Jequié viu o mapa,
Represando o rio entre pedras,
E com água ou beira da estrada,
Foi comarca abaixo das serras.
Hoje em dia, sonhando o futuro,
Rio das Contas pede clemência,
Quer livrar-se do esgoto obscuro,
E nos dar o direito à querência.
E ser rio sem barco encalhado,
É um sonho que desce ao mar,
Pois se o rio só for represado,
Chora angústias sob o luar.