Crisálida

Em tempo,

Ainda tecerei um casulo para guardar os retalhos multicoloridos da colcha vivida;

Por que o tempo...

O tempo,

Oras,

Transformador de crisálidas em borboletas;

Hoje é visto,

Aclamado.

Amanhã,

Inócuo,

Roto,

Sem valor,

Difamado,

Tragado,

Consumido.

Com efeito,

Então,

Voa borboleta, voa.

Voa ligeiro,

Porque as flores,

Como os ventos,

Migram de jardim exíguo,

Para jardins longevos e distantes.

E tu, borboleta,

És bela,

E a beleza atrai as vistas alheias,

Mas não tem forças nas asas para acompanhar os ventos e flores.

A pandemia tem um quê de temperatura máxima, sol calcinador; com a diferença que não desbota, não descolore o tecido, a ponto de exterminá-lo, sempre sobra algum farrapo velho com agasalho reprodutor; ou seja pode acabar os recursos naturais, mas gente não acaba, nunca.

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 20/01/2021
Reeditado em 20/01/2021
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