Crisálida
Em tempo,
Ainda tecerei um casulo para guardar os retalhos multicoloridos da colcha vivida;
Por que o tempo...
O tempo,
Oras,
Transformador de crisálidas em borboletas;
Hoje é visto,
Aclamado.
Amanhã,
Inócuo,
Roto,
Sem valor,
Difamado,
Tragado,
Consumido.
Com efeito,
Então,
Voa borboleta, voa.
Voa ligeiro,
Porque as flores,
Como os ventos,
Migram de jardim exíguo,
Para jardins longevos e distantes.
E tu, borboleta,
És bela,
E a beleza atrai as vistas alheias,
Mas não tem forças nas asas para acompanhar os ventos e flores.
A pandemia tem um quê de temperatura máxima, sol calcinador; com a diferença que não desbota, não descolore o tecido, a ponto de exterminá-lo, sempre sobra algum farrapo velho com agasalho reprodutor; ou seja pode acabar os recursos naturais, mas gente não acaba, nunca.