QUANDO A BONA DEA, CALENDAS E MAYA NOS TRAZEM A CORNUCÓPIA.
QUANDO A BONA DEA, CALENDAS E MAYA NOS TRAZEM A CORNUCÓPIA.
Nos tempos gregos, romanos e julianos,
Para o bom andamento de todos os anos,
De dez pra doze os meses mudaram.
Onde os calendários faziam embustes,
De Março a Dezembro, pro final ficaram,
Janeiro e Fevereiro foram os ajustes.
Quando as flores abriam para Bona Dea,
Todas as noivas e mães já sabiam,
Que o mês que também hoje é de Maria,
Começa nas calendas e não noutro dia,
Onde escravos do trabalho já não percebiam,
Que comemoravam mais uma hipocrisia.
E os senhores de todas mais valias,
Comemoram e homenageiam a Deusa Maya,
Que traz fartura para todos os dias,
Com cornucópia e a nossa primavera,
Vendem enxovais e as quinquilharias,
Para ganhar mais, com suor, quem dera.
E quem labora e fraco envelhece,
Não se vê como caça e padece,
Se achando liberto, quem será.
Pois liberdade um dia haverá,
Mas não nessa vida, sei lá,
Para ser livre, somente na prece.
Todos os meses tem suas calendas,
Todas as noivas tem as suas prendas,
Mas a cornucópia exige oferendas,
Como a mostrar o alimento de todos,
Mas tenham cuidado, senão passam rodos,
Ceifando tudo, até frutos e todas fazendas.
Mas a esperança é a derradeira,
Virtude que nos empurra ligeira,
Para nos ninar na espreguiçadeira,
De um dia podermos comemorar,
Com alegria e jogando fora o azar,
Vamos rezar, sorver néctar, videira.
E todo fruto um dia haverá,
Porquê o mal nunca nos vencerá,
A deusa Maya nos protegerá,
Mesmo que o inverno chegue aqui,
Fuçando tudo como um javali,
A Bona Dea é boa deusa, verá.
Feliz quem pode laborar todo dia,
Mesmo em calendas de maio, utopia,
De ser senhor do seu suor, quem será.
Humilde servo ou até marajá,
Que comemore sem se importar,
Pois mesmo a dor tem sua galhardia.
Quando o homem e a mulher aceitar,
Deixando maio brotar o amor,
Trazendo flores em cachos de flor.
E todo fruto, ó cornucópia, guardar,
Como o arco-íris, feliz sem largar,
E alimentar sonhos como um pintor.
Ppublicado em 01/05/2018